No próximo dia 28 de outubro, comemoraremos mais um Dia do Funcionário Público. O feriado foi transferido para o dia 31 de outubro, mas as homenagens pelos serviços prestados, poderão ser feitas em qualquer dia e hora, porque a sociedade está em divida com esta categoria, que dedica a vida para servir a todos, sem distinção.

No passado, ser funcionário público era um orgulho muito grande e as pessoas que ocupavam funções públicas eram reconhecidas pelas demais, como autoridades. Porém, o descaso politico com a gestão das empresas públicas e com a qualificação dos servidores, e a utilização das instituições para atender apadrinhados partidários foi, aos poucos, corroendo a máquina administrativa, o moral e o salário dos servidores, que passam a ser indicados, injustamente, como os grandes vilões do inchaço de todos os órgãos das administrações diretas e indiretas, dos municípios, estados e união.

Atualmente, o título do servidor público é usado como carimbo de incompetência, descomprometimento e altos salários, rótulo injusto que não se aplica a grande maioria dos indispensáveis trabalhadores das empresas públicas. Evidentemente, não podemos negar que os apadrinhamentos existem em todos os níveis da administração do estado, que muitos incompetentes são valorizados, porém é preciso que se assuma também, que não são os funcionários e servidores públicos que nomeiam as chefias, e que não é o critério da competência e do merecimento que define, na maioria dos governos, quem irá responder pelos setores e departamentos públicos.

Na realidade, poucos são os órgãos da administração pública onde as chefias saem do próprio time e com qualificação para a função. Na maioria das repartições, os cargos de chefias são ocupados pelos chamados Cargos de Confiança (CCs), para os quais não existe regra ou critério técnico de admissão, não existe exigência mínima de qualificação e tão pouco preocupação com afinidade curricular. No entanto, mesmo em relação aos CCs, ainda seria uma injustiça a aplicação do rótulo de incompetente para a maioria, porque muitos agem com comprometimento e deixam muita saudade quando saem.

Mas é preciso que se diga que, são poucos os seres humanos privilegiados com a possibilidade de pagar pela satisfação de suas necessidades básicas. Na verdade, a maioria da população precisa contar com os serviços públicos. Assim, são os servidores públicos que atendem mais de 90% da população nas áreas da educação, saúde, segurança, justiça, desenvolvimento, cidadania, cultura e lazer. Também são os servidores públicos que atendem em urgências, emergências, nas endemias e epidemias, na alegria e na tristeza de todos nós.  E é pelo esforço destes profissionais que vivemos numa sociedade onde a grande maioria das pessoas são honestas, saudáveis, trabalhadoras e educadas. Se infelizmente assistimos diariamente notícias sobre o crescimento da violência, novamente precisamos isentar os funcionários e servidores públicos desta realidade, porque não são eles que elaboram as leis, definem diretrizes, nomeiam governantes. Os servidores executam politicas publicas elaboradas por políticos. Portanto, se quisermos melhorar os servidores públicos, precisamos imediatamente melhorar os políticos. E esse é um papel de todos, indistinta e democraticamente exercido, na urna.

 

Reclamação sem ação, não promove transformação.

 

Texto extraído do Sintonia n° 225 de 27 de outubro de 2010 (Jornal eletrônico elaborado pela Assessoria de Comunicação Social da FGTAS).