Os últimos dias fizeram a gente pensar muito... visitar o passado e olhar pro presente da FGTAS. A lista dos nomes dos colegas com 75+ fica dançando na frente dos olhos e no pensamento de nós todos.

Esses colegas que agora saem são oriundos da Fundasul, da Funlar e da FGT, Fundações que antecederam a FGTAS. Passaram pela fusão das Fundações, dando sempre seu melhor para atender o público em qualquer tarefa que lhes era designada... precisaram adaptar o exercício profissional e as expectativas às mudanças que a cada momento os governos apresentaram.

Agora, numa atitude cruel e intransigente decidem que eles devem ir pra casa, ainda que sejam produtivos, e lhes nega os direitos garantidos pela CLT, que rege seus contratos de trabalho, usando o entendimento de que são empregados públicos com teto de idade para aposentadoria compulsória (nesse caso, pelo tempo de serviço, deveriam levar o salário integral para a aposentadoria); como celetistas que se aposentam com o INSS não há teto de idade para aposentadoria compulsória e o desligamento deveria gerar demissão sem justa causa e a indenização correspondente.

Já tivemos governos mais sensíveis e que valorizaram mais os funcionários... por exemplo, quando foi gestado o Reforço de Proventos, os colegas foram protegidos desses males que hoje se configuram... e da mesma forma a Instituição FGTAS foi mais protegida naquele momento, com a realização de concurso público e prazo para uma transição adequada, não prejudicando os serviços prestados à população. Hoje além desse afastamento compulsório, que vai atingir todos os colegas ao completarem 75 anos, temos o fantasma da chamada transposição a colocar interrogações na capacidade da Instituição de sobreviver a esses movimentos do governo.

Dizemos isso para que os colegas que saem não pensem que eles são inúteis ou dispensáveis, ao contrário estamos vivendo uma situação que os atinge no particular, mas que causará dano ao coletivo, à Instituição e aos serviços prestados ao povo gaúcho.

Passamos a palavra pra Ana Rosa e fazemos, palavras de nós todos:

“Não posso deixar de lembrar dos colegas que tocaram a minha vida nesses já quase 30 anos de FGTAS...

Dessa lista a primeira pessoa que conheci foi a Dona Sandra, companheira das noites e fins de semana no Albergue Maria Flor Vieira. Dona Sandra, como parte da equipe de cozinheiras, acolhia os usuários com um prato quente de janta, às vezes custeado pela própria equipe quando o recurso não vinha. Nunca ficou ninguém sem comer, graças ao carinho e desvelo das colegas da cozinha.

E as “meninas” do VIDA por quem tenho tanto carinho... sob a liderança da Dona Ione tomavam conta daquele enorme e importante espaço de atendimento ao público.

Milton, Maria Vilma, Genoema e todos os outros que passaram por um SINE das fichas de inscrição “cor de rosa” e se adaptaram ao computador e aos sistemas do SINE, vocês têm a minha admiração.

Antônio Osório, que tem sido tão meu amigo, vou sempre lembrar da tua parceria. Lúcido, afetuoso e bom papo!

Clóvis, Erni e Antônio Johann vocês estiveram muito tempo cedidos pra outros órgãos, certamente por suas qualidades e levaram o nome da FGTAS pra outras paragens.

Lembro tanto do acidente de trabalho que causou o afastamento da Maria Izabel Tatim e deixou danos no braço e mão (já não lembro se direito ou esquerdo). Uma guerreira que se machucou indo para o trabalho, que fez o impossível para ficar bem e seguir a vida cuidando da família quando não pode mais trabalhar.

Toninho, o que dizer de ti... parceiro sempre na Congregue; fez parte de inúmeras diretorias. Na FGTAS nem se fala... funcionário respeitado pela Direções e pelos colegas, chegou a ser nomeado ordenador de despesa em momento de demora na nomeação de presidente em alguma troca de governo. Enorme respeito pela tua trajetória na FGTAS e na Congregue.

Irene, incansável! Até os últimos dias preocupada menos com sua própria saída do que com o bem estar dos colegas que estão na mesma situação. Uma guerreira em favor dos colegas. Vamos sentir tua falta!

Cerolli, talvez a maior unanimidade dentro da FGTAS. Respeitado pelo trabalho, dedicação e pelo tanto de afeto que entrega aos colegas, sem distinção. Farás falta todos os dias!”

Temos certeza de que os colegas terão boas lembranças pra contar sobre todos. Os que foram citados representam todos os outros.

Vocês deixarão saudades e marcas de suas passagens pelas FGTAS. Por outro lado, certamente as famílias que precisaram abrir mão da presença de vocês ao longo desses anos, agora vão gostar de ter vocês mais perto. Aproveitem, curtam e venham visitar a gente. A Congregue está de portas abertas e sempre disponível para o que vocês precisarem.

Abraços a todos!

Congregue